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Terça-feira, 10 de dezembro de 2024

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OPERAÇÃO CLEÓPATRA

TJ mantém prisão do companheiro da "musa dos investimentos", detida por liderar esquema milionário de pirâmide

Foto: Reprodução

TJ mantém prisão do companheiro da
Atual companheiro da empresária Taiza Tosatt, conhecida como “musa” dos investimentos, Wender Aguilera Almeida foi mantido preso por ordem do desembargador Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, que negou habeas corpus ajuizado a seu favor. O casal foi preso em flagrante na última quinta-feira (31) durante a Operação Cleópatra, a qual aponta Taiza como líder de esquema de pirâmide que causou prejuízos de R$ 2,5 milhões às dezenas de vítimas em Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso.


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Na residência de Taiza, situada num condomínio de luxo de Sinop, os policias apreenderam sete cheques que totalizaram R$ 419 mil, cheques em branco, colares em ouro e prata, relógios Swarovski, Jeep Renegade, moto da BMW, cartões, frascos e mais frascos de anabolizantes proibidos no Brasil, três notebooks, celulares, 17 pen drives, munições calibre .357 de uso restrito.

No plantão de sábado (2), o juiz Mirko Vincenzo Giannotte da Comarca de Sinop, converteu em preventiva a prisão em flagrante de Wender e Taiza. Na mesma ordem, o magistrado negou decretar o sigilo ao processo.

Contra a preventiva, Wender ajuizou habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJMT) pedindo a revogação da mesma. A defesa alegou ausência de indícios suficientes de autoria e materialidade, as munições apreendidas no imóvel são de propriedade do ex-esposo de Taiza, o qual, acabou deixando na residência dela, eis que é Policial Federal, a prisão foi decretada sem a devida individualização das condutas, ausência de fundamentação na decisão e possui predicados pessoais favoráveis.

Examinando o pedido, porém, o desembargador decidiu negá-los, pois não verificou o alegado constrangimento ilegal que pudesse conceder a liminar pretendia.

Também anotou o magistrado que, diante da complexidade dos fatos, é imprescindível as informações a serem fornecidas pelo juízo de primeiro piso para uma análise mais aprofundada dos elementos de convicção constantes dos autos, a fim de se verificar a apontada existência de constrangimento.
 
“Por consequência, estou convencido de que a antecipação da liminar configuraria medida desaconselhada, fazendo-se prudente, antes, as informações da Autoridade Coatora e a coleta do parecer da Procuradoria-Geral de Justiça para que, posteriormente, o Habeas Corpus possa ser submetido ao crivo do colegiado. Desta forma, entendo que o paciente não faz jus à tutela de urgência”, decidiu ao negar o HC.

Diante do indeferimento liminar, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues requisitou informações da primeira instância e intimou a procuradoria para manifestação. Decisão é da última sexta-feira (8).

Durante as buscas realizadas na residência de Tossat, os agentes apreenderam cheques em nome das vítimas do esquema capitaneado por ela, totalizando R$ 419 mil, veículos, moto da marca BMW, joias, anabolizantes proibidos no país e munições de uso restrito.

Para fundamentar a preventiva, o juiz anotou que as medidas cautelares alternativas não seriam suficientes para o caso. Segundo Giannotte, a gravidade concreta das condutas do casal a qual indica habitualidade delitiva, da quantidade e variedade de itens apreendidos, o que sugeriu atividade criminosa estruturada, a presença de munições de uso restrito, que revelou o grau de periculosidade, e, por fim, os antecedentes criminais dos dois, demonstrando que medidas diversas ao cárcere seriam ineficazes.  

Ela se apresentava nas redes sociais como uma jovem e bem-sucedida especialista em investimentos, prometendo lucros exorbitantes de 2% a 6% ao dia, dependendo do valor investido. Com esses argumentos, a empresária convencia as vítimas a realizar aplicações iniciais superiores a R$ 100 mil em ações, entrando em um esquema de pirâmide financeira.

Inicialmente, as vítimas recebiam o retorno financeiro prometido e eram incentivadas a investir novamente. No entanto, após alguns meses, os pagamentos cessaram, e Taiza passou a inventar justificativas até parar de responder às vítimas, que começaram a perceber o golpe.

Além de Taiza Tossat, a operação tem como alvos um médico e um ex-policial federal, que, segundo as investigações, colaboravam com o esquema.

O ex-policial, ex-marido da empresária, atuava como gestor de negócios, enquanto o médico exercia a função de diretor administrativo na empresa DT Investimentos. Juntos, eles formavam o grupo criminoso que impactou o planejamento financeiro de diversas famílias, incluindo amigos e parentes dos próprios envolvidos.

As ordens judiciais da operação incluíram o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão e o bloqueio de bens e valores dos investigados nas cidades de Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis e Sinop.

Em seu depoimento à autoridade policial, Tosatt ficou em silêncio sobre os indícios que resultaram na Operação. Sobre a munição, Taiza disse inicialmente que pertence ao seu atual companheiro (também preso), Wander Almeida.

Contudo, posteriormente, ela mudou a versão e disse que o material bélico é do seu ex-marido, Ricardo Ratola (também alvo da operação), e que ficou de entregar ao advogado dele, mas ainda não havia conseguido.

Sobre os anabolizantes, Taiza e Wander confessaram que seriam dele, aplicados para repor déficit de testosterona e porque ela estaria tentando engravidar.
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