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Terça-feira, 10 de dezembro de 2024

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OPERAÇÃO BILANZ

Para esconder rombo de R$ 400 milhões, ex-diretoria da Unimed Cuiabá "maquiou" saldo positivo de R$ 50 milhões

Foto: Reprodução

Para esconder rombo de R$ 400 milhões, ex-diretoria da Unimed Cuiabá
Apesar de ter recebido em caixa apenas R$ 10 milhões em 2022, a Unimed Cuiabá tentou emplacar saldo positivo de R$ 50 milhões. A “manobra”, segundo o Ministério Público Federal, seria para “maquiar” o verdadeiro rombo deixado pela ex-diretoria da cooperativa, na casa dos R$ 400 milhões. Informação consta na denúncia que resultou na Operação Bilanz, deflagrada na última quarta-feira (30) pela Polícia Federal contra organização capitaneada pelo ex-diretor, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, um dos responsáveis por fraudes contábeis na cooperativa.


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A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que embasou a Operação Bilanz, a qual desarticulou esquema contábil que causou rombo de R$ 400 milhões nos cofres da Unimed Cuiabá, e que resultou na prisão do seu ex-diretor, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, também evidenciou que o grupo capitaneado por ele impunha pressão e “esvaziou” o setor de contabilidade da cooperativa para garantir balanços positivos. Pressão psicológica, ameaça e coação são citados na acusação.

As investigações indicam práticas ilícitas na gestão financeira e administrativa da entidade, com documentos contendo graves irregularidades contábeis apresentados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Estão sendo investigados crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A ação policial teve como alvos Rubens Carlos de Oliveira Júnior, ex-presidente da cooperativa, Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, Eroaldo de Oliveira, Ana Paula Parizzotto, Tatiana Bassan e a advogada Jaqueline Larréa. Todos eles foram presos, mas colocados em liberdade provisória ainda na quarta após habeas corpus das defesas.

Uma das manobras para esconder o rombo deixado pela gestão foi a dos R$ 50 milhões. O valor tratou-se de negócio firmado com a empresa Diagnósticos da América S/A (DASA), firmado na data de 28 de abril de 2022, por cinquenta milhões de reais, com vigência de 15 anos.

Constou que a receita proveniente dessa operação havia sido integralmente apropriada na contabilidade em 31 de outubro de 2022 de maneira equivocada. Assim, apenas no que importa a essa operação, concluiu-se que o passivo da operadora estava subavaliado em R$ 49.722.222,00 e o patrimônio líquido superavaliado em igual valor, desconsiderando os possíveis efeitos tributários.

“Foi também Ana Paula quem transmitiu à Maria Gladis as ordens de Rubens, Jaqueline e Eroaldo para contabilizar as receitas previstas pelo contrato DASA, no valor de R$ 50.000.000, na competência de 10/2022. O objetivo era "resolver o resultado negativo", muito embora a Unimed Cuiabá tivesse recebido em caixa apenas cerca de R$ 10.000.000 até dezembro de 2022”, diz trecho da denúncia.
 
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