O Superior Tribunal de Justiça (STJ) informou por meio de nota que instaurou o segundo procedimento administrativo disciplinar, na quinta-feira (24), e afastou cautelarmente mais um servidor citado nas investigações a respeito da atuação ilícita de agentes em gabinetes. As informações, conforme vem sendo divulgado pela revista Veja, tem ligação com conteúdo colhido no celular do advogado Roberto Zampieri. Até o momento, não há qualquer indício de envolvimento de ministros.
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Com essa medida, o tribunal expande as investigações que podem resultar em novos procedimentos internos. Os processos estão sendo complementadas por dados compartilhados pela Polícia Federal e pela Corregedoria Nacional de Justiça. “Ressalte-se que, no âmbito disciplinar, o procedimento seguirá as fases de instrução, defesa e relatório, garantindo-se, a um só tempo, os esclarecimentos necessários e a possibilidade do contraditório”, diz trecho da nota.
“O tribunal, respeitando seu compromisso com a ética e a transparência na relação com a sociedade, divulgará oportunamente a conclusão da apuração administrativa”.
Na última edição, Veja revelou o conteúdo de quatro anos de diálogos entre o advogado Roberto Zampieri e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, personagens centrais de um esquema de compra e venda de sentenças que envolveu servidores de quatro gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Polícia Federal investiga o caso há pelo menos três meses.
Na quinta-feira (24), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra Andreson. A Operação Ultima Ratio tem objetivo de investigar possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. Cinco desembargadores foram afastados.
Roberto Zampieri foi morto em Cuiabá, em dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde. Conteúdo extraído de seu celular também gerou o afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho, suspeitos de venda de sentenças.