Olhar Jurídico

Sábado, 08 de novembro de 2025

Notícias | Administrativo

dados do cnj

Em 5 anos, TJMT 'perdeu' o prazo de 800 júris; prescrição atingiu processos envolvendo Arcanjo

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Em 5 anos, TJMT 'perdeu' o prazo de 800 júris; prescrição atingiu processos envolvendo Arcanjo
Entre 2020 e 2024, o Tribunal de Justiça (TJMT) teve 800 júris prescritos, ou seja, perderam o prazo para sua efetivação. Dentre os mais notáveis, destacam-se três casos envolvendo homicídios supostamente encomendados pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Os dados são do Mapa Nacional do Tribunal do Júri, divulgado no início de outubro pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Leia mais
Justiça inicia julgamento de autor de chacina que matou sete pessoas em MT


Vão a júri os crimes dolosos contra a vida, como homicídio, feminicídio, infanticídio, instigação ou auxílio ao suicídio e aborto. Os conexos contra a vida também são submetidos ao julgamento popular, como os praticados em concurso com tortura ou ocultação de cadáver.

Em 2024, o TJMT teve 1998 julgamentos no Júri, 792 ações, 447 condenações, 135 absolvições e 178 prescritos. Em 2023, foram 249 prescritos e 709 condenações. 2022 teve 183 prescrições e 601 condenações. 2021 foram 125 prescritos e 384 condenações. Por fim, em 2020, 66 prescrições num universo de 198 condenações.

Dentre os que perderam o prazo, destacam-se três em que o João Arcanjo seria julgado. Ele supostamente seria o mandante de homicídios ocorridos em Cuiabá. Em maio, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, atual titular da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, reconheceu a perda de prazo no processo das mortes de três adolescentes, Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes. Em junho de 2022, houve a prescrição no processo da morte do vereador de Várzea Grande, Valdir Pereira.

Vários fatores podem resultar na prescrição, sobretudo os que dizem respeito aos prazos. Exemplo: da data do fato até o recebimento da denúncia de um homicídio, pode-se levar anos para identificação do suspeito e, enquanto isso, o prazo segue correndo. Há também casos em que os homicídios não são devidamente esclarecidos, o que impede a atuação do júri.

Contudo, há também avanços na questão do julgamento popular, sobretudo porque o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em setembro, que os réus condenados pelo júri devem começar a cumprir a pena imediatamente, mesmo que recorram da sentença.

Antes, com a definição de que o cumprimento só ocorreria mediante o trânsito em julgado dos recursos, havia uma demora excessiva no desenrolar de casos de júri, o que muitas vezes culminava na prescrição em razão de estratégias defensivas que enrolavam os processos, como nos casos de Arcanjo, que protelou o quanto pôde as ações em que figurava como réu, até que ocorresse a prescrição.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet