O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra condenou cinco integrantes do Comando Vermelho que lavaram dinheiro para a facção a mando de Leandro Miranda dos Santos, vulgo “Léo do Chevette ou Bugiganga”, acusado de liderar as atividades da organização na região de Primavera do Leste. Os condenados foram sentenciados na ação penal proveniente da Operação Alter Ego, deflagrada em 2022 pela Polícia Judiciária Civil. Sentença foi proferida nesta sexta-feira (6).
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Sebastiana Alves Araújo, acusada de integrar o núcleo financeiro, emprestava suas contas bancárias para lavagem de dinheiro, a mando de Léo Chevette. Ela também seria esposa de Anderson Pereira da Silva, vulgo “Mercúrio”, que possui histórico por tráfico e homicídio. Sebastiana foi condenada a 4 anos de reclusão no regime inicial aberto.
Luis Felipe Souza Santos, foi apontado pelas investigações como uma das integrantes da da facção, exercendo função no quadro “Financeiro”, na medida em autorizava e permitia que os valores referentes ao tráfico de drogas, taxas, pagamento de seguro e fossem transferidos para sua conta bancária.
Nas conversas interceptadas entre Léo Chevette e Wender Luiz dos Santos, Tesoureiro da organização, são tratados assuntos referentes a contabilidade e prestação de contas dos valores oriundos das atividades e cobrança de taxa dos integrantes, comércios, entre outros. Nas conversas, Luis trata com eles sobre duas transferências de R$ 18 mil. Ele foi condenado a 4 anos no regime inicial por lavagem de dinheiro.
Além de prestar serviços na Justiça para o núcleo de Léo Chevette, a advogada Sandy Nagela Andrade Cedro foi denunciada como sendo, também, integrante do núcleo administrativo da facção.
Em uma das conversas de celular interceptadas pelas investigações, Sandy trata com outro membro que resolveria a situação dos “alcaguetes”, que possivelmente colaboraram com informações sobre roubos para a polícia, tendo sido identificados pelo CV para eventual aplicação de ação e sanção disciplinar, os conhecidos “salves”.
Sandy esclareceu a Roberto Terra de Oliveira que poderia “ficar tranquilo” pois resolveria a situação no dia posterior e, especialmente, que o “principal era os nomes” e “já temos”.
“Além de prestar os serviços advocatícios para os integrantes da ORCRIM, atuava na resolução de conflitos entre os faccionados ou em assuntos afetos ao “CVMT”, acionando os “superiores hierárquicos” necessários para a resolução da demanda”, diz trecho da denúncia contra Sandy, condenada a 4 anos no regime aberto por organização criminosa.
Integrante do núcleo de “força” do CV, Jean Santos de Oliveira, vulgo “J2 ou Chefinho”, foi apontado pelas investigações como responsável pela aplicação de medidas, sanções e demais determinações sancionadas pelos líderes e integrantes do alto escalão da facção, além de responder por crimes patrimoniais e homicídio. Ele pegou 4 anos no regime semiaberto por lavagem de dinheiro.
Ana Rubia Nunes Marques, por emprestar seu nome para transações bancárias dos líderes do grupo, foi condenada a 4 anos no regime aberto por lavagem de dinheiro.
A operação
A ação policial combateu uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, furtos, roubos e homicídios. Ao todo, foram cumpridos 100 mandados de prisão e 144 de busca e apreensão.
O nome da operação faz referência ao chefe da organização criminosa que criou uma nova identidade para se livrar da responsabilidade das práticas criminosas.