Silvio Júnior Peixoto, executor do comerciante Gersino Rosa dos Santos, o Nenê Games, e Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, confessou que pensou em desistir do crime, mas tomou fôlego e executou. Nenê e Cleyton foram assassinados por Silvio no Shopping Popular, em Cuiabá, em novembro de 2023.
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Silvio revelou que quase abdicou da missão, a qual aceitou mediante R$ 10 mil, durante audiência de instrução e julgamento ocorrida nesta sexta-feira (26), perante à 12ª Vara Criminal de Cuiabá, presidida pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira.
O promotor Vinicius Gahyva é o responsável pela acusação. A expectativa é que 15 testemunhas, além dos três acusados, sejam inquiridas hoje.
O algoz de Nenê e Cleyton foi contratado por Jocilene Barreiro da Silva e Wanderlei Barreiro da Silva, mãe e filho, acusados de serem os mandantes do crime. Cleyton não era o alvo, mas foi atingido por engano e morreu.
Segundo o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a “cabeça” de Nenê foi encomendada por motivos de vingança. Nenê teria ordenado o assassinato de Girlei Silva da Silva, de 31 anos, conhecido como Maranhão, que era filho de Jocilene e irmão de Wanderlei.
Silvio Júnior Peixoto, 26 anos, então, foi contratado para invadir o Shopping Popular, onde Nenê tinha uma loja, para vingar a morte de Maranhão. O atirador foi localizado em Uberlândia, Minas Gerais. Durante as investigações, o delegado já havia adiantado que Silvio não era um executor assíduo, o que foi corroborado no depoimento que prestou hoje, afirmando que quase hesitou.
"Como vimos nas imagens, ele não é uma pessoa com segurança. Não é um executor assíduo, é a primeira vez que ele praticou esse tipo de crime e nas imagens da pra ver que ele ficou medo, quase desistiu de executar. Ele foi coaptado por um ou mais pessoas e agora a segunda fase da investigação vai fazer buscas pelos mandantes", ressaltou o delegado.