O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou mais dois mato-grossenses bolsonaristas de volta à cadeia por violações nas respectivas tornozeleiras eletrônicas. Moraes também bloqueou suas contas bancárias, ativos e veículos automotores. Ambos são réus pela participação dos atos golpistas do 8 de Janeiro. Decisão é do último dia 24.
Leia mais
Réus pelo 8 de Janeiro, três de MT voltam para cadeia e têm as contas bloqueadas por violarem tornozeleira
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado (Sesp-MT) informou o STF que Reginaldo Silveira, morador do CPA II, em Cuiabá, violou sua tornozeleira em 73 ocasiões, inclusive rompendo sua cinta.
A pasta também apontou que Paulo Roberto de Moraes Delgado, residente no bairro Quilombo, centro da capital, violou o equipamento em 23 ocorrências, também rompendo a cinta.
Paulo e Reginaldo foram presos em flagrante em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro, em Brasília, onde acamparam tendo por mote principal uma intervenção militar, com a tomada dos Poderes Constituídos e a instalação de uma ditadura.
Eles se juntaram a outros três réus de MT que também foram presos novamente, pelos mesmos motivos: servidora da capital Lindalva Cesaria de Campos, o morador de Juara Valdir Francisco de Souza e Lauro Henrique Xavier, de Alto Araguaia.
Paulo e Reginaldo foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República no âmbito do Inquérito 4.921, que investiga autores intelectuais e instigadores dos atos antidemocráticos, referente aos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
Em março, eles foram colocados em liberdade provisória mediante a imposição de medidas cautelares, como a suspensão dos passaportes, proibição de usarem redes sociais e ausentarem do país, suspensão dos portes de arma e o uso da tornozeleira.
Ocorre que, após as respectivas concessões de liberdade, os três violaram o monitoramento, o que, conforme Moraes já havia alertado, ensejaria em novo decreto prisional. E assim ocorreu.
Diante da insistência dos réus em desrespeitar as medidas impostas, revelando o desprezo que têm pelas ordens do STF e do Judiciário, Moraes resolveu mandar os três de volta para a cadeia, decretando as suas prisões preventivas.
O ministro também mandou bloquear, imediatamente, as contas bancárias, ativos financeiros, bens móveis e imóveis dos três, a fim de garantir o seguro cumprimento das medidas.