Por não existir amparo legal para permissão de tratamento privilegiado a detentos e seus familiares, o Ministério Público Estadual (MPE) afirmou que vai se manifestar contra o pedido feito por Vera Morena Dicke, mãe de Carlos Alberto Gomes Bezerra, o “Carlinhos Bezerra”, visando autorização da Justiça para visita-lo semanalmente no presídio Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, onde ele está preso enquanto aguarda ser julgado perante o júri pelo feminicídio qualificado contra Thays Machado, sua ex-companheira, e homicídio qualificado do então namorado dela, Willian Cesar Moreno.
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No pedido feito nesta segunda-feira (1), defesa de Vera argumenta que ela é idosa e deseja exercer o seu direito de visitação. Como as visitas aos reeducandos ocorrem aos domingos, com as respectivas revistas íntimas, ela pediu que possa comparecer ao presídio semanalmente, mas toda quarta-feira, em horário a ser definido pela administração da unidade.
Também pleiteou autorização para que quatro familiares possam lhe acompanhar para ver o filho, isso caso o juízo da 1ª Vara de Violência Contra a Mulher de Cuiabá conceda o pedido.
O promotor de justiça Jaime Romaquelli, autor do requerimento para que Carlinhos voltasse a ser preso, após ter sido colocado em domiciliar, afirmou que o órgão ministerial vai se manifestar contra a pretensão da mãe.
“Uma vez que não existe amparo legal para se permitir tratamento privilegiado a um ou outro preso ou familiares”, disse Romaquelli nesta terça-feira (2).
Carlinhos, que é filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra, chegou a ser colocado em domiciliar, mediante medidas cautelares.
No entanto, após descumprir reiteradamente tais deliberações, como por exemplo fazer compras em mercado acompanhado por seguranças armados, omitir trajetos feitos e alterar a localização do monitoramento eletrônico, ele foi colocado em prisão preventiva no dia 28 de fevereiro, por decisão da juíza Ana Graziela Vaz Campos, que acatou o pedido de Romaquelli.
Dias depois, em 5 de março, o desembargador Marcos Regenold, da 2ª Câmara Criminal, negou habeas corpus a Carlinhos e o manteve detido no Ahamenon.
O crime
Thays e William foram assassinados a tiros no dia 18 de janeiro de 2023, em frente a um edifício na capital. O casal foi surpreendido pelo empresário, que passou pelo local em um carro e, de surpresa, efetuou vários disparos contra eles.
Thays foi atingida com dois tiros nas costas e um na altura do quadril. William foi atingido no braço esquerdo e no peito. Ele ainda tentou fugir do atirador, mas caiu na calçada, a poucos metros de onde Thays faleceu.