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Quarta-feira, 13 de novembro de 2024

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PREJUÍZO DE R$ 500 MILHÕES

Servidores afastados da Sema já foram presos por fraudes; um deles recebia R$ 11 mil e movimentou R$ 12 milhões

Foto: Reprodução

Servidores afastados da Sema já foram presos por fraudes; um deles recebia R$ 11 mil e movimentou R$ 12 milhões
Os servidores Ronnky Chaell Braga da Silva (ex-candidato a deputado estadual) e Alessandro Pontes Gomes (ex-superintendente de regulamentação), afastados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) nesta quinta-feira (31), no âmbito da Operação Loki, que apura prejuízos de R$ 495 milhões oriundos de fraudes em Cadastros Ambientais Rurais (CARs), são velhos conhecidos da Justiça.


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Isso porque ambos foram presos na Operação Polygonum, deflagrada em 2019 contra ações fraudulentas na secretaria e agora responderão a Processo Administrativo Disciplinar. No último dia 29, a juíza Ana Cristina Silva Mendes recebeu denúncia movida contra eles e Cacia Priscila Machado de Oliveira, pelos Crimes de Integração à Organização Criminosa, lavagem de dinheiro e Crimes Ambientais.

Na tarde de ontem (31), o setor ambiental do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a “Operação Loki”, desdobramento da Polygonum, para desarticular grupo criminoso que teria fraudado Cadastros Ambientais Rurais (CARs) na Sema e laudos tipologias de vegetação em imóveis situados na Amazônia Legal.

Até o momento, já foram levantados prejuízos ambientais no valor de R$ 495 milhões, além do sequestro de R$ 500 milhões. Foram realizados desmatamentos ilegais em 20 mil hectares.

Em 2019, Ronnky e Alessandro foram presos no âmbito da Operação Polygonum, suspeitos de praticar fraude na tipificação vegetal em Mato Grosso, o que possibilitou desmatamento ilegal no Estado.

 A Ação desta quinta-feira (31) visou responsabiliza-los, bem como Cacia, esposa de Ronnky, e sua empresa Cacia Priscila Machado de Oliveira -ME, pelos crimes de lavagem de dinheiro resultante dos outros crimes ambientais cometidos.

Em cinco anos, Ronky, que à época dos fatos (ano de 2019) recebia remuneração mensal líquida de R$11.620,82, movimentou em sua conta, entre créditos e débitos, o valor de R$ 12,3 milhões. Desse montante, conforme apurado na investigação, pelo menos R$ 798.521,36 foram depósitos em espécie.

Segundo o Gaeco, em cumprimento a mandado de busca e apreensão realizado durante as investigações, em momento anterior à Operação, foram apreendidos na casa de Alessandro R$ 86 mil em espécie, considerados como de origem ilícita. Em outros mandados cumpridos anteriormente foram apreendidos veículos, documentos, computadores e processos.

Ronky valia-se inclusive de sua esposa, Cacia, que também foi denunciada por utilizar uma empresa de sua propriedade para ocultar/dissimular a origem ilícita de valores provenientes de “negociações” espúrias, para destinação econômica à quantia recebida.

As ordens judiciais foram expedidas pela juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e cumpridas pela delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino.

Na decisão de recebimento da última denúncia oferecida pelo MPE, que trata do crime de lavagem de dinheiro, a magistrada ressaltou que os fatos apresentados “são contundentes em indicar que a constituição patrimonial dos acusados se deu sem qualquer lastro lícito que pudesse justificar a evolução, de modo a estabelecer que os bens adquiridos não são condizentes com os ganhos declarados dos acusados”.

Além disto, consta que a movimentação dos valores acima dos rendimentos “reforçaria a tese de que havia a composição da renda com ganhos paralelos de valores de procedência espúria, outra tipologia clássica da lavagem de dinheiro”.
           
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