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acidente em 2018

Pai de morto em frente à Valley reafirma necessidade de júri popular: 'um dia sem filho e sem reparação é uma eternidade'

12 Mai 2022 - 16:16

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Do Local - Airton Marques

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Pai de morto em frente à Valley reafirma necessidade de júri popular: 'um dia sem filho e sem reparação é uma eternidade'
Procurador de Justiça aposentado e pai do cantor Ramon Alcides Viveiros, falecido em acidente no ano de 2018 em frente à boate Valley, Mauro Viveiros concedeu entrevista nesta quinta-feira (12) reafirmando intenção de que Rafaela Screnci da Costa Ribeiro responda pelo crime de homicídio, na modalidade de dolo eventual (por duas vezes), e homicídio tentado. Segundo o pai da vítima, que atua como assistente de acusação, caso Screnci não seja submetida ao júri popular, é provável que não seja presa.

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Emocionado, Mauro salientou que “um dia sem o seu filho e sem uma reparação é uma eternidade”. O procurador aposentado, porém, não crê que a Justiça esteja atuando de forma lenta. A primeira audiência do processo está marcada para o dia 30 de maio.

“Nós precisamos deixar muito claro que esses processos mais complexos, eles têm um ritmo mais lento. Então, embora seja um processo de repercussão, é um processo complexo no sentido de que são três vítimas, inúmeras testemunhas, três perícias foram realizadas, existem muitas circunstâncias que precisam ser apuradas, há testemunhas que são daqui e testemunhas que são de fora, então essas questões todas influenciam no andamento do processo”, explicou.

Além de Ramon, acidente em frente à boate Valley resultou na morte de Mylena de Lacerda Inocêncio. A terceira vítima, Hya Giroto Santos, sofreu gravíssimas lesões, mas conseguiu sobreviver. Em 31 de outubro de 2019, a 28ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá ofereceu denúncia. Segundo o Ministério Público, ao  dirigir em notório estado de embriaguez e em velocidade acima do permitido, a acusada assumiu o risco de produzir o resultado morte.
 
Mesmo compreendendo a dificuldade no desenrolar do processo, Mauro Viveiros relata que está empenhado em acompanhar o caso. “Por isso que nós nos habilitamos, nossa família, nós nos habilitamos, constituímos o nosso advogado, como assistente de acusação, assistente do Ministério Público. Estamos auxiliando o Ministério Público na fiscalização do processo para que coisas desse tipo [demora em excesso] não aconteça”.

A família do jovem morto tem a expectativa de que as provas apontadas pelo MPE sejam confirmadas e que a ré seja, ao final, submetida a julgamento no Tribunal do Júri. “A Justiça é exatamente dar a cada um aquilo que é seu, na medida da sua culpabilidade. É aquilo que está exposto na denúncia do Ministério Público, recebida pelo Poder judiciário e que ao final será julgado”.
 
“A ré atropelou e matou duas pessoas, sobreviveu a uma terceira vítima, estava ela conduzindo em excesso de velocidade, embriagada. Passou com o veículo sobre dois corpos estirados no chão. Tentou se evadir do local. E só não fez porque foi impedida por um motorista. Esse é o quadro de fato, são os fatos que estão descritos na denúncia, estão provados na perícia, e estão registrados pelas câmeras de televisão. Nós queremos que a Justiça seja feita, nos termos do pedido do Ministério Público”.
 
O procurador aposentado explicou ainda a importância, em sua visão, de Rafaela Screnci ser submetida ao Tribunal do Júri. Caso passe por um julgamento comum, a pena dificilmente será cumprida no regime fechado.
 
“A pena que ela está sujeita hoje, nos termos na denúncia, é uma pena que vai de 12 anos a pelo menos 24 anos de reclusão, porque se trata de dois crimes, dois homicídios e uma tentativa de homicídio. Se ela tivesse praticado um crime meramente culposo, não passaria de quatro anos, quatro e seis meses, cinco anos no máximo, que permitiria que ela fosse para casa. Ela cumpriria a pena em regime aberto ou semiaberto, dependendo do tamanho da pena”.
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