A disputa pela presidência da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso contou com dois candidatos oposicionistas na última sexta-feira, quando a classe escolheu nas urnas o gestor para os próximos três anos. Se depender dos anúncios feitos na “ressaca” da eleição, o próximo pleito na Ordem também deverá contar com pelo menos dois nomes para se contrapor à situação.
Tão logo a contagem de votos se encerrou na última sexta-feira, o advogado José Moreno Sanches, que amargou diferença de aproximadamente 800 votos em relação ao eleito Maurício Aude, deixou claro que é candidato para 2015. Agora, o mesmo faz o terceiro colocado, Pio da Silva, que não desiste do projeto.
“Sou candidato em 2015, vamos dar continuidade ao projeto de oposição com o mesmo grupo, que começa a trabalhar já”, anunciou Pio neste sábado (24), informando que inclusive marcou reunião com o pessoal da chapa 3 para o próximo dia 12 de dezembro, no Hotel Taiamã, em Cuiabá.
Moreno e a comissão
Pio vivenciou momentos de polêmica durante a campanha deste ano na Ordem. Um dos primeiros a anunciar-se candidato, iniciou seu percurso por cidades do interior do Estado para massificar seu nome antes mesmo de Moreno, que acabou obtendo melhor posição na contagem de votos. O segundo colocado, junto à comissão eleitoral da seccional de Mato Grosso da Ordem, inclusive é apontado por Pio como um dos responsáveis pela derrota na análise do próprio Pio.
Em nota, Pio argumentou que sua votação sofreu danos irreparáveis devido à representação de Moreno que culminou na impugnação da chapa 3 por parte da comissão eleitoral. O argumento era de que, dentre os 84 nomes da chapa encabeçada por Pio, para cerca de 20 não haviam sido entregues documentos suficientes para comprovar exercício efetivo da advocacia nos últimos cinco anos. A notícia dividiu as atenções durante o último debate e entre os três candidatos, na véspera da votação. No dia seguinte, contudo, liminar do Conselho Federal da OAB liberou o nome de Pio na disputa.
Para o advogado, seu adversário Moreno foi “desrespeitoso” e “precipitado” ao anunciar a notícia da impugnação nas redes sociais e ao convidar seus eleitores a votarem nele.
Até mesmo a comissão eleitoral é alvo de críticas de Pio por ter indeferido sua candidatura de última hora “arbitrariamente” e enviado às 29 subseções da Ordem no Estado informe afirmando que os votos destinados à chapa 3 na cédula seriam considerados nulos. “Como a liminar [liberando a candidatura] só foi deferida a poucas horas do início da eleição, e devido a já ter esgotado o horário útil, a comissão eleitoral não conseguiu que as informações sobre o deferimento da liminar chegassem a tempo para os 12 mil advogados”, defende Pio.