Casal residente na cidade de Sinop entrou na Justiça para tentar desbloquear área rural de 20 mil metros quadrados retida em nome de Anglisey Volcov Fabris, companheira do ex-deputado estadual Gilmar Fabris. Processo em que houve o bloqueio versa sobre suposto esquema de R$ 398 milhões que ficou conhecido como Cartas Marcadas.
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De acordo com a ação do Ministério Público, o esquema consistiu na emissão fraudulenta de certidões de crédito de cunho salarial, com a participação de órgãos da Administração Pública Estadual e do Sindicato dos Agentes de Administração Fazendária do Estado de Mato Grosso. Além de Anglisey, Gilmar Fabris também é parte no processo.
Liminarmente, foi deferido bloqueio. Porém, segundo o casal recorrente, medida restritiva acabou atingindo, de forma irregular, imóvel denominado Chácara Toa a Toa, localizada no município de Sinop.
Conforme os autos, Anglisey realizou venda parcial de uma área maior ao casal, gerando o terreno da Chácara. Todavia, o desmembramento da área não foi possível por motivos alheios à vontade das partes (vendedor e comprador). O 1º Cartório de Registro de Imóveis de Sinop entendeu, à época, ser necessário apresentar a “Certidão de Autorização para Transferência”, documento este fornecido pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
“A referida certidão já foi solicitada perante a SPU, porém, sem qualquer retorno do órgão federal. Nesse interregno, houve decisão judicial emanada por este R. Juízo, determinando a indisponibilidade total da área, bem como a suspensão de todo e qualquer liberação e pagamento dos valores das indenizações aos posseiros e reais proprietários de fato”.
Pedido é para que seja cancelada a indisponibilidade de bens lançada na ação que julga suposto esquema conhecido como Cartas Marcadas. Valor da causa foi estabelecida em R$ 190 mil.