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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Selma afirma que OAB deve cassar Campos: ‘vamos ver se pau que bate em Chico bate em Francisco’

Foto: Rogério Florentino Pereira/ OD

Selma afirma que OAB deve cassar Campos: ‘vamos ver se pau que bate em Chico bate em Francisco’
A juíza aposentada e ex-senadora por Mato Grosso, Selma Arruda (Pode), afirmou que a carteira da Ordem dos Advogados concedida a Leonardo Campos deve ser cassada. Campos, que é presidente da Seccional Mato Grosso, foi detido durante a noite de quarta-feira (27) sob acusação de ter agredido a esposa.

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Manifestação de Selma é resultado de imbróglio recente. A OAB do Distrito Federal suspendeu pedido de inscrição feito pela juíza aposentada após a OAB de Mato Grosso, liderada por Campos, ter informado sobre a cassação por caixa 2 e abuso do poder econômico nas eleições de 2018.
 
“No meu caso, não fui acusada de nenhum crime.  Foram irregularidades eleitorais. No caso dele, cabe não apenas o afastamento da presidência como também a cassação da carteira”, afirmou Selma ao Olhar Jurídico. A opinião da magistrada aposentada se apoia na Súmula n. 9/2019, da OAB.
 
A norma define que a prática de violência contra a mulher “constitui fator apto a demonstrar a ausência de idoneidade moral para a inscrição de bacharel em Direito nos quadros da OAB, independente da instância criminal, assegurado ao Conselho Seccional a análise de cada caso concreto”.
 
“Vamos ver se pau que bate em Chico bate em Francisco”, ironizou Selma Arruda. Sobre a manifestação de Leonardo Campos em seu pedido de registro, a ex-senadora teceu duras críticas. “A manifestação não foi apenas intempestiva, já q o prazo para impugnações já havia decorrido, como também absolutamente parcial e mentirosa”.
 
Segundo Selma, Leonardo campos utilizou a Ordem dos Advogados como como forma de vingança. Selma foi responsável por prender o ex-presidente da Secional Mato Grosso, Francisco Faiad.
 
“Arguiu que eu prendi Faiad e depois fui afastada do caso por suspeição, mas esqueceu de dizer que Faiad responde até hoje o processo por desvio de quase 3 milhões de reais. Usou a instituição OAB como meio de vingança do Faiad”.
 
O caso

Na noite de quarta, por volta das 22h30, a Polícia Militar foi acionada para atender ocorrência de agressão física relacionada a violência doméstica. Chegando no local, a advogada Luciana Póvoas Lemos relatou que seu companheiro, Leonardo Campos, chegou em casa aparentando ter ingerindo bebida alcoólica. O casal discutiu. O presidente da OAB-MT teria empurrado a companheira, caracterizando ato de agressão.
 
O juiz Jamilson Haddad Campos, titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, concedeu liberdade a Leonardo Campos, imponto três medidas protetivas.
 
Após ser liberado, Leonardo Campos emitiu nota, afirmando que não houve agressão.
 
Confira a nota:
 
Em primeiro lugar, quero reafirmar meu profundo respeito e zelo pelas políticas afirmativas dos direitos das mulheres. E tenho atuado firmemente em todas as ações da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso.

Quem me conhece sabe que sou defensor e repudio qualquer forma de agressão às mulheres. Combato e repudio a violência doméstica.

Temente a Deus, cumpridor da lei e tendo como principal preocupação neste momento a minha família, necessito restabelecer a verdade e dizer o que realmente aconteceu:
Não houve agressão. Jamais agrediria minha esposa, mulher que respeito.

Em verdade, houve um desentendimento e uma discussão que envolveu inclusive o meu filho. Mas eu disse que aquela situação, de discussão acalorada, era inaceitável e fui para o quarto. Neste momento, ela me empurrou e eu tentei fechar a porta para não prolongar a discussão.

Neste momento, ela disse que chamaria a polícia. Eu disse para ela fazer isso sim. Pois seria a oportunidade de ela, eu e meu filho darmos a nossa versão dos fatos.
Na delegacia, ela prestou o depoimento assistida pela presidente do Conselho Estadual de Defesa da Mulher e também afirmou – está registrado em Boletim de Ocorrência – que não houve agressão. Tanto que não houve sequer necessidade do exame de corpo de delito.

Quando fui ouvido, eu mesmo solicitei que fossem fixadas medidas protetivas para que os fatos sejam apurados de forma imparcial e com a devida segurança. Diante dos fatos, foi-me concedida de forma imediata a ordem de soltura.

Agora, vou protocolizar junto à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso toda esta documentação e solicitar que apurem a minha conduta e pedir que a Comissão do Direito da Mulher acompanhe todos os passos do processo, de forma clara e transparente.

Classifico esta manhã como uma das mais tristes da minha vida e espero que todos respeitem este momento de reserva familiar.
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