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Quarta-feira, 17 de abril de 2024

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morte em treinamento

Defesa acusa Ledur de normalizar violência: ‘não se ajuda alguém a salvar uma vida matando a pessoa’

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Defesa acusa Ledur de normalizar violência: ‘não se ajuda alguém a salvar uma vida matando a pessoa’
O advogado Júlio César Lopes, que atua pelos pais do aluno Rodrigo Claro como assistente de acusação no processo em que a tenente bombeiro Isadora Ledur é julgada, explicou que a estratégia da ré é tentar normalizar a violência supostamente exercida durante o trágico treinamento.

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“[Ela] veio alegando que todos os procedimentos que ela tomou são normais, são comuns”, explicou Júlio César sobre a tática da acusada durante depoimento na tarde de quinta-feira (13).
 
Ao ser interrogada, Ledur afirmou que aplicou procedimentos como nada resistido e "caldos" aguardando uma resposta positiva do aluno. Porém, o descontrole emocional da vítima teria prejudicado o planejamento. Rodrigo morreu durante o 16º Curso de Formação de Bombeiro em Mato Grosso que era ministrado pela tenente. De acordo com a denúncia, a morte ocorreu no dia 10 de novembro de 2016, durante atividades aquáticas em ambiente natural, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
 
O advogado que atua como assistente de acusação garante que a busca de normalizar os atos não é fundamentada. “É totalmente sem nexo. Se você for analisar, não se passa por isso. Você não ajuda alguém a salvar uma vida matando a pessoa. Fazendo a pessoa sofrer. Se a pessoa não sabe nadar, o primeiro passo é ensinar a nadar. Se ele não consegue fazer o salvamento, vai passar por uma outra fase. Ouve um tratamento exagerado”.
 
Apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno Rodrigo Claro demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.
 
Embora o problema tenha chamado a atenção de todos, os responsáveis pelo treinamento, segundo o Ministério Público, não só ignoraram a situação como utilizaram métodos reprováveis para aplicar “castigos”. Rodrigo Lima morreu por hemorragia cerebral.    
 
“Nós temos vamos testemunhas que demonstram o caráter de querer castigar”, finalizou Júlio César.
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