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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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SANGRIA II

Desembargador cita número “considerável de mortes” em esquema de fraudes na Saúde e decreta prisões

Foto: Reprodução

Desembargador cita número “considerável de mortes” em  esquema de fraudes na Saúde e decreta prisões
O desembargador Alberto Ferreira de Souza, ao revogar as medidas cautelares e mandar novamente à prisão o ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Correia, e os outro cinco investigados na Operação Sangria, citou que o esquema teria sido responsável por um “número considerável de mortes de cidadão” usuários da saúde pública. Ele ainda disse que a situação se agrava, pois a prestação de serviços de Saúde em Mato Grosso já é crítica, citando os casos da paralisação do Samu e Santa Casa.
 
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Em uma decisão da última sexta-feira (29) o desembargador mandou de volta a prisão Huark Douglas Correia, Fábio Liberali, Fábio Taques, Kedna Iracema Servo, Luciano Correia e Celita Liberali, por considerar que eles teriam continuado com as práticas criminosas, mesmo após deflagração da Operação Sangria.
 
No documento ele detalha como a organização criminosa teria agido para destruir provas e também como teria atuado. O desembargador cita que o esquema foi descoberto após uma auditoria no Hospital Regional de Sinop, em decorrência do estado deplorável da UTI.
 
“A título exemplificativo, apurou-se que, nesse contexto, o Hospital Regional de Sinop, após o gerenciamento das UTI’s adulta e pediátrica por uma das empresas mencionadas, encontrava-se em estado deplorável e, comunicadas as irregularidades ao SUS, constatou-se em auditoria o superfaturamento de R$ 2.600.000”, diz em trecho.
 
O magistrado explicou que a organização criminosa impedia a celebração dos contratos das empresas sagradas vencedoras nos processos licitatórios, criando uma situação de emergência, fabricada por ela própria, que também provocou “um número considerável de mortes de cidadãos que necessitam de pronto-atendimento médico e se submetem ao sistema burocrático controlado pelo grupo criminoso”.
 
O desembargador ainda disse que a situação é agravada quando se leva em consideração a situação da saúde no Estado, citando o recente caso da paralisação dos médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e das diversas suspensões dos serviços na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
 
Sangria
 
A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.
 
Segundo a apuração, a organização mantinha influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado.
 
Os trabalhos são conduzidos pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), presididos pelo delegado Lindomar Aparecido Tofoli. Os presos estão na Defaz e serão apresentados em audiência de custódia neste sábado.
 
 
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