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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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​TORTURADO

Após 9 anos de morte de soldado em treinamento no Manso, juízes militares são escolhidos

Foto: Reprodução

Após 9 anos de morte de soldado em treinamento no Manso, juízes militares são escolhidos
O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, agendou para os próximos dias 25, 26 e 27 de junho a audiência de instrução sobre o caso da morte do soldado alagoano Abinoão Soares de Oliveira, falecido em 2010 durante treinamento da PMMT no Lago de Manso. Foram sorteados cinco coronéis que atuarão como juízes militares.
 
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Em sessão no último dia 20 de março foram sorteados os cinco coronéis que atuarão como juízes militares neste caso. São eles: coronel Marcos Sovinski; coronel Rachid Mohamed; coronel Sandra Martello; e coronel Giovani Eggers.
 
A tragédia ocorreu no dia 24 de abril de 2010. As próximas audiências foram agendadas para os dias 25, 26 e 27 de junho de 2019, às 13h30, no Fórum de Cuiabá.
 
O treinamento
 
O evento foi organizado pelo Centro Integrado de Operações Áreas (CIOPAER). Quatro militares passaram mal, mas o policial militar Abinão Sorares de Oliveira não resistiu ao mal súbito e morreu durante o treinamento do 4º Curso de Tripulantes Operacionais Multimissão (TOM-M), realizado na Terra Selvagem Golf Club, na estrada de acesso ao Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães.
 
O treinamento estava sendo ministrado pelos tenentes Carlos Evane Augusto e Dulcézio Barros de Oliveira, oficiais do Batalhão de Operações Especiais de Mato Grosso (BOPE-MT). A vítima era policial militar no estado de Alagoas, sendo convocado pela Força Nacional de Segurança Pública (União Federal) a fazer parte do treinamento organizado pelo Estado de Mato Grosso.
 
Tortura
 
Em 2011, o MPE ofereceu denúncia contra 29 policiais militares e pediu a prisão preventiva de sete deles por conta do treinamento realizado em 24 de abril de 2010.
 
O promotor Vinicius Gahyva Martins ressaltou que foram pedidas as prisões preventivas por conta da manutenção da ordem pública e conveniência da instrução criminal, pois, os oficiais que possuem patentes elevadas, poderiam interferir no andamento dos tramites processuais.
 
Os envolvidos respondem pelos crimes de tortura seguida de morte e tortura qualificada. Isso porque além de Abinoão, mais soldados foram vítimas dessa prática, no entanto apenas ele acabou morrendo durante os treinamentos. O promotor declarou à época que o número de torturados chegou a 19 e que as torturas foram detectadas em pelo menos 25 situações diferentes ao longo do curso.
 
“A investigação não foi só no momento da morte do soldado. Nós levamos em conta os três dias de curso anteriores ao fato. As vítimas de tortura eram escolhidas previamente pelos agressores”, explicou o promotor.
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