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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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dormiam com ração

MPF denuncia fazendeiro por manter trabalhadores escravizados sem água, salário ou comida

Foto: Wesley Almeida – Canção Nova

MPF denuncia fazendeiro por manter trabalhadores escravizados sem água, salário ou comida
O fazendeiro Fernando Jorge Bitencourt da Silva, proprietário da Fazenda Mata Verde, em São Félix do Araguaia (1.161km de Cuiabá), foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso por manter funcionários em condições de trabalho análogas à escravidão. Os trabalhadores relataram que não recebiam salário e viviam sem água potável ou alimentos.

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De acordo com informações da assessoria do MPF, a denúncia foi oferecida pelo procurador de Barra do Garças, Everton Pereira Aguiar Araújo, e o fazendeiro também foi denunciado por posse irregular de munição de arma de fogo.
 
“As condições degradantes de trabalho estão claras e evidentes nas imagens que seguem em anexo à cota ministerial que oferta a presente denúncia, inclusive nos vídeos gravados pela equipe policial que flagrou o fato típico de redução à condição análoga a de escravo (...)”, afirma o procurador no documento de denúncia.
 
Segundo um dos funcionários entrevistados, ele já trabalhava há quatro meses na fazenda sem nunca ter recebido salário, já que eram descontadas as ‘dívidas’ contraídas, e sem nenhum vínculo trabalhista. Ele morava em um barracão em condições precárias, sem energia, sem banheiro e dormia em cima de umas tábuas com sacos de ráfia. Em seu depoimento, afirmou que sequer tinha água potável para beber, sendo inexistente qualquer tipo de encanamento.
 
Outras vítimas contaram que viviam em barracões onde ficava guardada a ração do gado, sem energia, sem banheiro e sem camas. Além disso, alguns dias o único alimento disponível para comer eram peixes pescados pelos próprios empregados.
 
Os trabalhadores eram proibidos de ir embora, por causa das dívidas, e o fazendeiro chegava a os ameaçar de morte caso partissem sem deixar o dinheiro. Eles foram resgatados em novembro deste ano.
 
O MPF requereu que seja fixada o valor mínimo de reparação dos danos causados pela infração no valor de R$ 8 mil para cada vítima, a ser atualizado com juros e correção monetária. Também foi requerida a manutenção da prisão preventiva de Fernando Jorge.
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