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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Juíza 'explica' deboche e afirma que postagem 'viralizou de forma equivocada'

Juíza 'explica' deboche e afirma que postagem 'viralizou de forma equivocada'
A juíza Anna Paula Gomes de Freitas divulgou, neste sábado (14), uma nota pública afirmando que suas postagens no ‘Stories’ da rede social Instagram viralizaram “de forma equivocada”.  Na última sexta-feira (13), ela publicou em seu perfil uma foto, tirada durante a audiência, reclamando das ‘perguntas idiotas’ dos advogados. No mesmo dia, a OAB pediu providências à Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso (CGJ-MT) quanto à conduta da magistrada.

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Segundo a magistrada, no dia da postagem, “a cidadã comum - que reclama da fila do banco ou de uma atitude de um semelhante - tomou o lugar da juíza. As declarações que postei na minha rede social (fechada supostamente só para amigos) foram postas à população, aos magistrados e, principalmente, aos advogados em geral, e tomaram grandes proporções na mídia”, afirmou.
 
Anna Paula tentou se redimir, afirmando que a advocacia é uma profissão que respeita e tem muito orgulho, e completou dizendo: “Quem atuou comigo nas cinco comarcas que citei, sabe do respeito, da isonomia e da seriedade com os quais sempre tratei a classe - que compreendo o importante papel quem possuem diante da sociedade”.
 
Entenda
 
A juíza se utilizou de suas redes sociais para postar fotos realizadas durante audiência desqualificando a atuação de profissionais da advocacia. Em uma das fotos, escreveu: “Aquela falta de paciência que vai dando quando a audiência é estressante e o advogado começa a fazer pergunta idiota!”; e na outra: “Aquela satisfação quando da pergunta idiota vem uma resposta que é tudo que a defesa não queria ouvir”.
 
No mesmo dia, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) lamentou as postagens e informou que o caso já foi levado à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
 
A atitude da magistrada afeta a advocacia precisamente no Artigo 6º da Lei 8.906/1994, que diz: "Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos".
 
Anna Paula Gomes Freitas é juíza da Segunda Vara Criminal de Tangará da Serra (a 250 km de Cuiabá), e tem 3.485 seguidores no Instagram.
 
Leia a íntegra da nota:
 
Bom dia!
 
Recentemente, por meio deste meio de comunicação - sim, trata-se de um meio de comunicação que em muitas vezes usamos de forma casual - fiz duas postagens que devem ser refletidas. Por este motivo, emito uma nota à sociedade, à imprensa e, principalmente, aos advogados, no post a seguir:
 
Nota pública
 
Em outubro deste ano completo 14 anos no pleno exercício da magistratura em Mato Grosso. Cargo que ocupo com honra, amor, dedicação e responsabilidade. Ao longo desses anos, atuei nas comarcas de Nova Canaã do Norte, Colíder, Alto Araguaia, Alta Floresta e, agora, em Tangará da Serra. Isto, sempre trilhando um trabalho sério em favor da população e do Estado, pautada no respeito com agentes que compõem o trâmite jurídico.
 
Contudo, infelizmente, em data recente, a cidadã comum - que reclama da fila do banco ou de uma atitude de um semelhante - tomou o lugar da juíza. As declarações que postei na minha rede social (fechada supostamente só para amigos) foram postas à população, aos magistrados e, principalmente, aos advogados em geral, e tomaram grandes proporções na mídia.
 
Infelizmente, viralizou de forma equivocada, pois jamais tive a intenção de praticar qualquer ato de ironia, ou, desrespeito para com quem quer que seja, principalmente para com os advogados.
 
A advocacia é uma profissão à qual servi, honrei e sempre respeitei e da qual tenho muito orgulho pois, antes de magistrada, fui advogada.
 
E é para os advogados que dedico este último trecho desta nota. Quem atuou comigo nas cinco comarcas que citei, sabe do respeito, da isonomia e da seriedade com os quais sempre tratei a classe - que compreendo o importante papel quem possuem diante da sociedade.
 
Em respeito à população, aos advogados, bem como pela Justiça, senti a necessidade dessa explicação, como forma de retração. 

 
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