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DEMOCRACIA ECONÔMICA

OAB-MT rejeita "Diretas Já!" em eventual queda de Temer: "cenário não permite aventuras”

26 Mai 2017 - 10:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Movimento Diretas Já

Movimento Diretas Já

Após sessão do Conselho Seccional, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) deliberou de forma unânime pela defesa das eleições indiretas, em caso de queda de Michel Temer (PMDB), que ocupa hoje o cargo de presidente do país. Segundo os advogados da Ordem, este rito cumpre estritamente o que está previsto na Constituição Federal, não havendo que se falar em outra solução, como as “Diretas Já”.  

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Na última semana a imprensa noticiou a colaboração premiada do empresário Joesley Batista que inclui a gravação de uma conversa com o chefe do Executivo na qual o Conselho Federal da Ordem entendeu configurar crime de responsabilidade. Por conta disto, nesta quinta-feira (25), o presidente nacional da OAB protocolou, na Câmara dos Deputados, o pedido de impeachment de Michel Temer.
 
Além disso, está previsto para o próximo mês o julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode levar à cassação da chapa composta pela ex-presidente Dilma Rousseff e Michel Temer. Também não se descarta a hipótese, apesar das negativas do próprio presidente, de um pedido de renúncia.
 
Diante do grave cenário, que vem sendo debatido em todo o país, o conselho seccional da OAB-MT entendeu que o papel da advocacia, como indispensável à administração da Justiça, segundo determina a própria Constituição Federal, é pelo seu estrito cumprimento.
 
De acordo com o artigo 81 da Constituição, “vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga”. Ainda, o parágrafo primeiro estabelece que se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
 
Para a realização de eleições diretas para a sucessão presidencial, seria necessária a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que alterasse o texto constitucional em vigor.
 
“Em que pese já existir alguma discussão acerca do tema, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado, trata-se de assunto complexo que merece ser apreciado pelos parlamentares com a devida cautela”, considerou a Ordem.
 
Presidente da OAB-MT, Leonardo Campos também atentou para o alto custo da realização de eleições indiretas, estimado em mais de R$ 150 milhões. “O cenário econômico que o Brasil atravessa não nos permite fazer aventuras com o dinheiro público”, ponderou.
 
O posicionamento da OAB-MT frente a uma possível sucessão presidencial será apresentado formalmente ao Conselho Federal da OAB nesta semana.
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