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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Vários tentáculos

Delator afirma que Eder Moraes usou dinheiro de esquema para comprar jogadores do Mixto

Foto: Reprodução

Eder Moraes, presidente do Mixto teria usado dinheiro ilegal para comprar passe de jogadores

Eder Moraes, presidente do Mixto teria usado dinheiro ilegal para comprar passe de jogadores

O empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior durante depoimento em face de delação premiada à Polícia Federal (PF) afirmou que o ex-secretário de Estado, Eder de Moraes Dias, usou dinheiro do esquema de lavagem de dinheiro, investigado na Operação Ararath, para comprar passes de jogadores do Mixto Esporte Clube Cuiabá. Eder Moraes é o atual presidente do centenário clube de futebol mato-grossense. Ele está preso no presídio da Papuda desde a terça-feira da semana passada.

O Olhar Jurídico teve acesso a íntegra da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que detalha todo o esquema de lavagem de dinheiro operado no mais alto escalão da política mato-grossense, empresas, advogados e até membros do Judiciário.

Advogados alvos da PF e Trimec teriam recebido R$ 19 mi de precatórios da Sanemat
Eder, esposa e mais dois viram réus na Justiça Federal pelo crime de lavagem de dinheiro

Em depoimento prestado no dia 25/02/2014, Júnior Mendonça afirmou efetuou depósitos identificados entre os dias 25 e 26 de junho de 2009 em favor das empresas Real ADM e Jornal Resumo do Online MT. Segundo o delator, Eder lhe revelou que o dinheiro seria usado para a compra de passe de jogadores do Mixto.

Além disso, em 24/06/2009 a pedido de Eder Moraes o empresário também fez uma transferência no valor de R$ 45,5 mil à empresa Laura T Costa Dias ME, de propriedade da esposa de Eder. Ela também foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de lavagem de dinheiro.

A denúncia já foi acatada pelo juiz da 5º Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider. Além da Laura Dias, Eder de Moraes Dias, o superintendente do Bic Banco no estado, Luis Carlos Cuzziol e o secretário adjunto do tesouro estadual, Vivaldo Lopes, são réus na ação. Todos foram acusados de integrarem um esquema de lavagem de dinheiro, investigados na Operação Ararath, da Polícia Federal.

Advogados e governador

O Escritório de Advocacia Tocantins, de propriedade dos irmãos Kleber e Alex Tocantins Matos, é apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos instrumentos utilizados pela alta cúpula política de Mato Grosso e empresas para operações de lavagem de dinheiro. Em um dos casos elencados envolve o pagamento de um precatório no valor de R$ 19 milhões.

Segundo depoimento de Júnior Mendonça, no ano de 2009 ao cobrar um empréstimo no valor de R$ 4 milhões feito pelo governador Silval Barbosa (PMDB), que à época era vice-governador, o empresário teria sido informado pelo então secretário de Fazenda Eder Moraes que receberia em breve um TED no valor de R$ 4,75 milhões do Escritório Tocantins.

Trimec e precatórios

Em cinco de maio de 2009 Eder voltou a telefonar para Junior Mendonça e informou que outro TED, esse no valor de R$ 500 mil, seria feito no mesmo modus operandi pelo escritório Tocantins Advocacia. Sendo que o referido depósito foi creditado no doa 11/05/2009 por Tocantins Advocacia.

“Nessa oportunidade Eder Moraes explicou ao depoente que Kleber Tocantins teria aberto uma conta corrente conjunta com Vanderley Torres, da Construtora Trimec, para receberem o Precatório originário do processo n.29195/93, exarado na ação ordinária de cobrança, tendo como parte autora Hidrapar Engenharia Civil LTDA e demandando a Companhia de Saneamento de Mato Grosso (Sanemat), no montante total de R$ 19 milhões”, diz trecho do relatório da Polícia Federal.

A Polícia Federal afirma que o pagamento do precatório “não observou a ordem de pagamento de precatório, consoante relatório do Tribunal de Contas do Estado, Processo nº 22.369/2011, juntado às fls. 245/309 dos autos do Processo nº 3104-11.2014.01.36000.”

Sobre a Trimec o relatório da PF informa que documentos apreendidos na casa de Eder Moraes Dias e Laura Tereza da Costa Dias há indícios de que, dentre tantas outras empresas suspeitas de terem sido utilizadas para a obtenção de empréstimos fraudulentos, uma delas é a Trimec.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) a Trimec teria recebido altas somas obtidas por meio dos referidos empréstimos feitos de forma ilegal. O MPF detalha que no caso da referida empresa o seu envolvimento “chama a atenção pelo fato de seu representante legal [Vanderley Torres] ter sido citado em uma emblemática operação de lavagem de dinheiro”, relata o MPF.
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