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Por que votar em Gisela Cardoso

Glaucia Amaral


Nada mais pertinente, neste 2021, no qual a mais respeitada entidade da sociedade civil do país adotou a paridade entre os gêneros em todas as suas instâncias diretivas e decisórias, do que a frase singela e cheia de significados: “Agora é Ela”. 

Naturalmente, ocupando a presidência do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Estado de Mato Grosso - conselho no qual, entre idas e vindas, estive por diversas vezes como titular ou suplente, nessas quase duas décadas como procuradora do Estado - candidaturas femininas me atraem e a discussão da igualdade me apaixona. 

Mas já aprendi que o segredo de se manter coerente com as causas que se defende, é equilibrar o olhar entre a verdadeira admiração e a necessária lucidez. 

Estamos em período eleitoral da OAB (algumas seccionais de outros estados já concluíram seu processo de escolha) e por Justiça com o leitor e clareza com o trabalho que desempenho, honestidade com meus amigos e colegas, desde logo manifestei meu apoio à Gisela Cardoso. 

Os motivos de decidir que Agora é ela, são o que trago nesse artigo, com esse olhar que gosto de manter (como sabem os que me conhecem) multifacetado e cheio de razões diversas. 

O primeiro motivo para votar em Gisela Cardoso é que desejo transformação - mas não transformação de nomes, pessoas, grupos… essas questões só são importantes se atreladas a objetivos maiores, e nomes são o efeito da história de vida e de ter compromisso, não adianta impor. Grupos não são o verdadeiro tema de uma eleição de Ordem, já que somos todos, já um grupo social. 
Esse Meu desejo de transformação é premente e constante desde que me entendo por gente, e mais, gente que fez direito com paixão. 
E por ter esse perfil interessado, descobri cedo (fui coordenadora geral do DCE da UFMT, com 19 anos, logo Depois de ser presidente do Centro Academico da UFMT) que você só muda algo se levanta-se do seu local de conforto, se reúne pra pensar a realidade e… vai trabalhar nos órgãos associativos. Liderando ou não. Tendo você mesmo suas próprias críticas ou não. Sendo criticado ou não. Estando pronta, ou não. 

E reconheci em Gisela Cardoso uma líder que abre portas a todos os que desejam desenvolver esse trabalho em prol da advocacia e das demandas sociais da OAB. Porque ela também cresceu por esse interesse e pelo trabalho. Não foi plantada por um sobrenome, seja de pai ou marido, um escritório estrelado, nada disso. 
Tanto é acessível que muitos candidatos da oposição e apoiadores estavam e permanecem nas comissões da OABMT, nessa gestão, todas sob a coordenação da Gisela. 

Já estive na oposição. E percebi que se eu quero transformação, eu preciso apoiar uma gestão que luta por ela. Que permite que a transformação que vem de fora, de tantos e tantos segmentos diferentes da advocacia, ou que a advocacia toca, tenham vez e voz na Ordem. Que não pré-cala ou se posiciona pela inclinação partidária de quem fala. Alias, nem
se imiscui nisso - e por isso acerta. 

Essa gestão transformou a relação com a advocacia pública (que integro, e onde já presidi a associação estadual) com a própria OAB. 
Procurou, dialogou, e resolveu, por exemplo, a questão dos advogados dativos que ficavam
Anos sem receber seus honorários por advocacia para os mais desvalidos da sociedade, enquanto nós, procuradores, éramos premidos a discutir judicialmente o que já estava decidido. Hoje, tem uma solução administrativa. Que não saiu sem sangue, suor e lágrimas. Mas se concretizou pois não desistiram de dialogar e lutar pela advocacia. 

Se você é alguém que deseja mudança e intervenção firme e corajosa da Ordem no Judiciário e na sociedade, e que trabalha por essa causa, o único voto possível em 26 de novembro de 2021 é na Chapa 1. Pois é só essa que tem o perfil de permitir o diálogo e a intervenção de todo e qualquer advogada ou advogado. E sua defesa. 
E é por isso que estou aqui. 

Além disso, Gisela Cardoso tem serviço prestado. Se não prestigiamos com a nossa escolha, nos momentos decisivos, aqueles que trabalham voluntariamente, o que desprestigiamos é o trabalho em si. 

Esse é outro motivo consciente: a capacidade de gestão com competência. Modernizou a gestão administrativa, exerceu papel
De
Protagonista em ações de defesa da advocacia, do interior e da capital. É a advogada e o advogado quem merecem esse perfil de competência cuidando de seus interesses para poder exercer sua profissão com confiança que a Ordem está do seu lado. 
Assim escolho, pois eu mereço confiar na OAB que me representa. 

Outra razão é a própria campanha. Feita por advogados que amam a advocacia. E não por políticos. 
Muito embora as atenções desses políticos todos tenham sido atraídas pela sucessão de nossa entidade. 

Pode ser empolgante para alguns ver alguém surgir, pegar um microfone e dizer frases feitas, com promessas de que “daqui pra frente, tudo vai ser diferente. 

Quando vejo um político afirmar mudança sem indicar concretamente os planos de ação, mostrar conhecimento do que fala, nem trabalho comprometido anterior… isso me assusta. Pois evidência uma incapacidade total de promover a mudança. 
Pior, alguém que não cresça pela humildade do trabalho dificilmente não provocará retrocesso. 

É preciso mudanças reais, para a frente, sempre. 

Não tem como empurrar para debaixo do tapete que a única opção que oferta uma mudança estrutural, neste momento, é a encabeçada por uma líder mulher. Essa é a grande novidade dessa campanha eleitoral e da gestão que virá. 

Será ela, uma mulher, Gisela, quem estará nas decisões diárias, liderando um Conselho Estadual paritário. E isso é lindo de se imaginar. É algo que Mato Grosso merece. 

É por tudo isso, e mais um pouco, é pela alegria com que todos estão vivenciando esse processo de ajudar a Gisela a passar pelo processo eleitoral, pela empolgação que tomou conta dos colegas que decidiram apoiá-la, quando dizem a frase que embala a campanha. 

Mas especialmente, por essa ideia cuja hora chegou … que Agora é ela.

Glaucia Amaral é procuradora do Estado e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB-MT.
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