O promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, membro do Ministério Público de Mato Grosso (MPE), considera que a mãe da adolescente acusada de matar a amiga no Condomínio Alphaville, em Cuiabá, deve responder por mais um crime além do indiciamento feito pela Polícia Civil.
Leia também
Tribunal mantém suspensão de norma da Funai que facilita a grilagem em terras indígenas
Gaby Cestari, inicialmente indiciada pelo crime de omissão de cautela na guarda de arma de fogo, também deve responder pelo delito de entrega de arma a adolescente, argumentou Regenold em parecer assinado no dia 18 de setembro.
Segundo o promotor, dias antes da tragédia que vitimou Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, Gaby Cestari gravou a “filha expondo técnicas cognitivas e destreza com armas”. Conforme Regenold, “se nota inclusive a presença de pente carregador na cintura da adolescente e a presença de outro(s) adolescente(s) no local”.
Considerando que Gaby Cestari possui Certificado de Registro junto ao Exército Brasileiro, sendo conhecedora da proibição de entrega de armamento a menores fora do estande de tiro autorizado, deverá responder pelo delito de entrega de arma a adolescente.
Os crimes
Além de indiciar Gaby Cestari pelo crime de omissão de cautela na guarda de arma de fogo, o empresário Marcelo Cestari, pai da jovem atiradora, foi indiciado pelos crimes de posse de arma de fogo, homicídio culposo (sem intenção de matar), por entregar a arma para adolescente e por fraude processual.
O empresário Glauco Mesquita Correa da Costa, que é dono da arma da qual saiu o tiro que matou Isabele, também foi indiciado por omissão de cautela na arma de fogo.
Redistribuição
Com base no parecer de Marcos Regenold Fernandes, assinado no dia 18 de setembro, o juiz João Bosco Soares da Silva, da Décima Vara Criminal, declinoou a competência em favor de uma das Varas de Feitos Gerais Criminais da Capital para processar e julgar os crimes imputados a Marcelo Martins Cestari e Gaby Soares de Oliveira Cestari.
João Bosco também determinou que o indiciamento de Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa seja enviado ao Juizado Especial Criminal da Capital.