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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Réu dos grampos rebate MP sobre delação 'requentada' e diz que documentos tem carimbo do Naco

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Réu dos grampos rebate MP sobre delação 'requentada' e diz que documentos tem carimbo do Naco
O advogado Neyman Monteiro, que patrocina a defesa do cabo PM Gerson Corrêa, no processo sobre a “Grampolândia Pantaneira”, rebateu os argumentos do procurador Domingos Sávio, coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
 
Sávio, ao negar a tentativa de colaboração de Gerson, afirmou que o militar não trouxe fatos novos e o que disse não foi corroborado com provas. Neyman afirmou que todos os documentos que Gerson apresentou em audiência foram levados ao Nacos, e carimbados pelo órgão.
 
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Os fatos apresentados por Gerson, sobre a atuação de promotores do Gaeco em interceptações ilegais, ainda não haviam surgido nas audiências da Grampolândia. Ele trouxe o nome de mais promotores que não apareceram inicialmente, como do ex-chefe do Gaeco, o promotor Marcos Bulhões, e também do ex-procurador-geral de Justiça Paulo Prado.
 
No entanto, em entrevista recente, ao justificar sua negação à tentativa de colaboração de Gerson, o procurador Domingos Sávio disse que o cabo trouxe “fatos requentados” e sem provas.
 
“E preciso dizer que o Ministério Público, de uma forma geral, só aceita uma colaboração premiada se o pretenso colaborador trouxer fatos que não são de conhecimento das autoridades e fatos que venham corroborados com provas. Senão for assim, nós não aceitamos”.
 
A defesa de Gerson afirmou que todas as provas apresentadas pelo cabo ao juízo da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar na audiência do último dia 17, já haviam sido levadas ao Naco, mas não originaram qualquer investigação.
 
“Tudo que ele [Gerson] falou, [falou] ao doutor Domingos Sávio. Os documentos que foram juntados dia 10 aqui está tudo no Naco, inclusive está com o carimbo do Naco, os documentos que foram juntados, as provas que não existem , conforme o doutor Domingos Sávio falou”, disse o advogado Neyman Monteiro.
 
Na audiência que ocorreu no último dia 17 o promotor Vinicius Gahyva, que representava o MP no processo, questionou Gerson se de fato teria provas sobre o que estava afirmando. O cabo disse “quase todos os fatos que tem aqui eu tenho documentos, o que não tem eu dei o caminho, que é o caso da verba secreta, mas nada foi investigado”.
 
Gahyva teria dito a Gerson que não é porque a delação não foi aceita que os fatos não seriam apurados. O militar então respondeu “Estão investigando depois que eu falei né? Por que não fez acordo comigo? Não estou puto, mas como iriam investigar se eu não tivesse falado?”.
 
O advogado de Gerson ainda disse que “não tem o que se falar que não tem provas, tem provas, caminhos [...] Na minha opinião estão sendo corporativistas sim, estão aqui as provas, simples, era só querer investigar”.
 
Em seu terceiro interrogatório o cabo Gerson focou na participação dos promotores do Gaeco em esquemas de interceptações telefônicas ilegais. Ele afirmou que o modus operandi de vários promotores, como Marco Aurélio, Célio Wilson, entre outros, era de utilizar barriga de aluguel para monitorar seus alvos.
 
Segundo o militar a prática teria ocorrido em pelo menos 15 operações do Gaeco. Além disso ele também citou as irregularidades que os promotores praticavam com relação às “verbas secretas”.
 
Veja o depoimento de Gerson na íntegra.
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