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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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GRAMPOLÂNDIA

Gerson detalha envolvimento do MP em interceptações ilegais e gera mal-estar com promotor

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Gerson detalha envolvimento do MP em interceptações ilegais e gera mal-estar com promotor
O segundo dia de reinterrogatório do caso da Grampolândia Pantaneira também contou com discussões entre o promotor de Justiça Vinicius Gahyva e a defesa de do cabo PM Gerson Corrêa, que foi ouvido ontem (17). Na terça-feira (16), quando foram ouvidos os coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco o promotor havia feito um comentário após a advogada de Zaqueu falar com ele, o que fez com que os outros advogados se exaltassem e acusassem o promotor de desrespeitá-los.
 
Na audiência desta quarta-feira (17) Gerson deu mais detalhes sobre o envolvimento de membros do Ministério Público com as interceptações ilegais. A postura do promotor foi a mesma do dia anterior. Continuou a fazer comentários em relação à defesa, que pediram ordem ao juiz em decorrência dos “deboches”.
 
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Durante a audiência o cabo Gerson citou que houve interceptação telefônica ilegal em 15 operações do Gaeco, entre elas as operações Aquiles, Chacal, Rêmora e Seven. Além disso ele deu o nome de mais membros do Ministério Público envolvidos na prática criminosa. O cabo disse que este modus operandi era antigo e permaneceu até mesmo depois que deixou o Gaeco.
 
Após a fala de Gerson e as perguntas dos juízes militares foi a vez do Ministério Público inquirir o cabo. A princípio o diálogo entre o promotor e Gerson correu normalmente, com o cabo respondendo todas as perguntas de Gahyva.
 
Em um dos questionamentos, Gahyva, que já atuou no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), perguntou se Gerson sabia de algum fato relacionado à sua conduta.
 
“Do senhor não, se eu tivesse algum fato que remetesse ao senhor pode ter certeza que iria narrar, se todos os promotores fossem igual ao senhor a tecnicidade e a legalidade do Gaeco seria excelente”, disse o militar.
 
Outra pergunta do promotor foi sobre a afirmação de Gerson de que sua tentativa de colaboração com a Polícia Judiciária Civil não prosperou em decorrência de uma “manobra jurídica” do ex-governador Pedro Taques.
 
Gahyva perguntou por que o cabo entendia como manobra o curso natural do processo, já que a época Taques tinha prerrogativa de foro e o certo foi encaminhar o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Gerson então teria dito: “estou abismado em ver o senhor defender o governador Pedro Taques, o que é isso doutor Vinicius? Me surpreende isso, acho que o senhor deveria refletir sobre isso”.
 
O promotor chegou a acusar Gerson de fazer fofocas, já que estaria relatando fatos alheios à criação do núcleo clandestino de inteligência da Polícia Militar, objeto deste processo militar. Gerson rebateu dizendo que tudo era relevante, pois mostrava com a prática de interceptação por barriga de aluguel era recorrente no Estado.
 
A defesa se irritou com a atitude do promotor, que fazia perguntas repetidas ou sobre fatos que o cabo já havia relatado. Após um tempo Gerson começou a perder a paciência e respondia o promotor no mesmo tom. Em determinado momento Gerson e Gahyva elevaram o tom de voz da conversa. O promotor pediu respeito, e em resposta o cabo também pediu para ser respeitado.
 
Após orientação de seu advogado, Gerson parou de responder às perguntas do Ministério Público. Com o silêncio do cabo, o promotor disse “ué, acabou a amizade? até agora estava me respondendo”. Gerson lhe responde “estava respondendo por amor ao debate”, mas logo é aconselhado novamente por seu advogado Neyman Monteiro.
 
Gahyva então diz “seu advogado não acha que o senhor é tão bom em debate” e neste momento o outro advogado de Gerson, Thiago Abreu, faz uma reclamação ao juiz Marcos Faleiros, sobre a postura do promotor, pedindo ordem e que a defesa fosse respeitada , para que cessassem os deboches de Gahyva. “Estou cansado disso já excelência, dos deboches”, disse. O promotor então fala “calma doutor, o senhor já teve seus 15 minutos de fama”.
 
O magistrado permitiu que o Ministério Público continuasse com as perguntas, mas a partir daí a relação dos dois perdeu o tom amigável e Gerson parou de respondê-lo, apenas anotava as perguntas.
 
Veja os depoimentos na íntegra AQUI e AQUI.
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