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Caso Rodrigo Claro

Testemunha afirma que bombeiros não podem ‘sofrer pane’ e que instrutores percebem limite

22 Abr 2019 - 16:52

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Fabiana Mendes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Testemunha afirma que bombeiros não podem ‘sofrer pane’ e que instrutores percebem limite
O bombeiro Daniel Alves Moura e Silva, que atua há oito anos na corporação, foi ouvido nesta segunda-feira (22), na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, afirmou que os seus colegas de farda não podem ‘sofrer pane’ e que os instrutores sabem o limite de cada aluno. Ele é testemunha de defesa da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte do jovem Rodrigo Claro, em novembro de 2016, durante um treinamento.

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Questionado sobre os limites dos alunos, o bombeiro explicou que, naquele ponto em que eles entram na Lagoa Trevisan, mais de 40% da matéria já foi passada a eles. “Quando coloca o aluno no lago, você cria uma situação nova. As vezes começa a falar que não aguenta, mas estamos colocando-os próximo da realidade, para ter uma melhora, tirar o máximo de cada um”.
 
“Quando vemos que o aluno está passando das fases de angustia, pane para submersão, conseguimos ver.  O afogamento é muito latente para nós. Se o aluno começa a agir de forma forçada, nos beliscando, arranhando, desesperado, você percebe que tem problema. Paramos tudo e jogamos o flutuador. Mas existe uma cobrança. Ele é o profissional, não pode agir desta maneiro, se desesperar, tem vidas que dependem dele”, disse o bombeiro.
 
Daniel ainda pontua que cada um tem um limite e que os instrutores sabem qual é. “Quando montamos uma equipe, queremos os melhores do nosso lado. Tem que dar conta do recado. O aluno aprende que quando está nadando e sente câimbras, ele precisa parar, flutuar e corrigir a pena dele. Isso é ensinado. O que queremos é uma resposta positiva, tirar o melhor de cada um”.
 
O depoimento da tenente Ledur foi adiado novamente. Uma nova data deve ser marcada após a oitiva das testemunhas de defesa.
 
O caso
 
Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O jovem teria passado por sessões de afogamento e agressões por parte da tenente Izadora ledur.
 
O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo.
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