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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Atropelamento

Juiz autoriza que defesa de médica que atropelou verdureiro tenha acesso a imagens de laudos

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto/Reprodução

Juiz autoriza que defesa de médica que atropelou verdureiro tenha acesso a imagens de laudos
A Justiça autorizou o pedido feito pela defesa da médica Letícia Bortolini, 35 anos, acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lucio Maia, 48 anos, na noite do dia 14 de abril, na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. A intenção é analisar o que foi produzido até agora e também garantir o direito a ampla defesa, segundo o advogado Giovanni Santin.

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“Nós pedimos acesso a todo acervo de fotos e imagens produzidas pela investigação. Isso foi prontamente atendido pelo magistrado, até pela questão de nos dar ampla defesa. Não sabemos o que foi produzido, até agora existem três laudos. As imagens estavam lacradas em um envelope, por isso é importante que tenhamos isto em mãos”, explicou o advogado da médica ao Olhar Jurídico.
 
Santin ainda acrescenta que a defesa da médica não questiona nada dos laudos até o momento e que precisa, primeiramente, ter acesso a tudo o que foi produzido. “Nesta etapa, buscamos o nosso direito de ampla defesa, apenas isto”.
 
Laudo
 
O laudo pericial sobre a morte do verdureiro aponta que a médica Letícia Bortolini, 35 anos, não freou o seu veículo (Jeep Compass) em nenhum momento do atropelamento. Além disto, o documento - ao qual o Olhar Direto teve acesso - confirma que a caminhonete da dermatologista foi a responsável por atingir a vítima, que foi jogada contra um poste de iluminação e uma árvore.
 
“A ausência de marcas pneumáticas de frenagem sobre a pista asfáltica denota que o condutor do veículo atropelador não esboçou qualquer tipo de reação no sentido de tentar evitar a ocorrência do evento, seja porque realmente não teve tempo hábil de reagir ou porque, tendo condições de reagir, deliberadamente não o fez”, diz trecho do laudo.
 
O documento aponta ainda que não foi constatado nenhum defeito ou avaria nos componentes do veículo que contribuíssem para o atropelamento. Sendo assim, foi descartada possível falha mecânica.

A vítima foi encontrada com lesões na região da cabeça, tórax e dos membros inferiores. As seguintes lesões foram identificadas pela perícia: 
  • Escoriações nas regiões: lombar esquerda, ilíaca esquerda, dorsal do pé esquerdo, terço médio e maleolar externa da perna esquerda
  • Escoriações nas regiões: dorsal do pé direito, terço médio e maleolar interno da perna direita;
  • Escoriações nas regiões: esternal, epigástrica e hipocôndrio direita, nas quais existiam presença de fragmentos (camadas) de tinta na cor branca;
  • Escoriações nas regiões: flanco e lombar direita;
  • Escoriações nas regiões: tenar, hipotenar, punho e terço inferior do antebraço direito
  • Lesões corto-contusas nas regiões: orbitária, auricular e masseterina (lado direito); 
Por fim, conclui-se que “a causa é indeterminada em razão da insuficiência de vestígios e da evasão do veículo envolvido, fato que resultou na perda de elemento materiais imprescindíveis ao caso e consequentemente a incerteza da causa determinante do evento”.

Outro laudo

No último dia 14 de setembro, o Olhar Direto veiculou reportagem que cita laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontando que a médica Letícia Bortolini não estava embriagada na noite de 14 de abril deste ano.  A afirmação consta no laudo pericial, decorrente do exame clinico ao qual ela foi submetida, no Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá.

No total, o perito, médico legista Marcos de Moraes Gomes, que realizou o exame, respondeu a cinco questões que compõem o teste. O exame foi aplicado quatro horas depois do acidente, momento em que Leticia foi conduzida pela polícia ao IML.

Conforme descrito pelo médico no laudo, Letícia estava com marcha normal, vestes normais e a face ruborosa, o que, explicou o perito, ocorreu em decorrência do choro causado pelo choque do acidente. Ele destacou ainda que a locução dela na noite do acidente era normal, que o hálito era normal e a única variação se deu no humor da médica, “depressiva pelo fato”.

O caso
 
Um homem de 48 anos identificado como Francisco Lucio Maia, morreu na noite do dia 14 de abril, após ser atropelado pela médica Letícia Bortolini, 35, na Avenida Miguel Sutil, região do bairro Cidade Verde, em Cuiabá. Letícia estava em um Jeep Compass, com o marido, e ambos fugiram sem prestar socorro à vítima. Na mesma noite, ela acabou sendo presa e encaminhada ao Cisc Planalto, mas acabou sendo solta.
 
A família do verdureiro se manifestou diversas vezes, indignados com o caso. Durante o depoimento do marido de Letícia, as filhas de Francisco confrontaram a ele e à sua defesa. A médica se recusou a prestar depoimento e afirmou que falará sobre o caso somente à Justiça.
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