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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Delação bomba

Esquema da gestão Silval foi mantido por Pedro Taques para pagar suposto ‘caixa 2’

Foto: Rogerio Florentino/Olhar Direto

Esquema da gestão Silval foi mantido por Pedro Taques para pagar suposto ‘caixa 2’
Classificada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, como um “esquema complexo de arrecadação de verbas para campanhas eleitorais”, a delação do empresário Alan Malouf revelou que o governador Pedro Taques (PSDB) decidiu manter um esquema no serviço de crédito consignado no Estado, nascido na gestão de Silval Barbosa, a fim de pagar o suposto ‘caixa 2’ de sua campanha ao Governo do Estado em 2014. Segundo o delator, os fatos teriam sido parcialmente averiguados na operação “Operação Sodoma 2”, deflagrada no dia 11 de março de 2016.

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No acordo de colaboração premiada, Alan Malouf narra que o empresário Willians Paulo Mischur, dono da empresa Consignum, era o pivô do esquema e foi “responsável pelos empréstimos dos servidores do Executivo, com retorno para o Governo (leia-se, gestores) entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão mensais”.

Ainda conforme Alan Malouf, o ex-secretário de Gestão e da Casa Civil, Júlio Modesto, e o também ex-secretário da Casa Civil e primo de Taques, Paulo Taques, teriam participação no referido esquema.

O acordo, conforme Malouf, era para que Pedro Taques não alterasse a formatação do esquema criado por Silval. Em troca, o empresário teria doado cerca de R$ 900 mil para a campanha do tucano ao Governo do Estado, em 2014.

Além de não constar na declaração de Pedro Taques à Justiça Eleitoral, os valores também não teriam sido discriminados no “controle” que os acusados mantinham para o suposto ‘caixa 2’, configurando o que Malouf denominou de “um verdadeiro caixa 3”.

Alan Malouf afirmou também que o advogado Paulo Taques teria recebido cerca de R$ 1 milhão da Consignum nesse período e que Pedro Taques tinha ciência da negociata.

Outro lado

Confira abaixo a íntegra da nota emitida pela assessoria do governador Pedro Taques:

Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça.
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