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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Operação Rêmora

​Delação de empresário que acusa Taques de esquema é homologada pelo STF

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

​Delação de empresário que acusa Taques de esquema é homologada pelo STF
O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF) homologou o pedido de delação premiada do empresário Alan Malouf, envolvido em um esquema de desvio de dinheiro público e repasses de caixa 2 durante a campanha de Pedro Taques (PSDB) ao Governo de Mato Grosso em 2014. A colaboração é sigilosa.
 
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Os documentos foram obtidos pela Folha de São Paulo, que afirmou que a colaboração foi homologada no dia 19 de abril. O sócio-proprietário do Buffet Leila Malouf é acusado de participar do esquema investigado pela "Operação Rêmora", que apurou esquema de fraudes em licitações e pagamentos de propina na Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).

As irregularidades nos processos licitatórios teriam começado a ocorrer a partir de outubro de 2015 e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas que totalizam mais de R$ 56 milhões. Além disso, durante seu depoimento à Justiça de Mato Grosso em junho do ano passado, Alan Malouf disse que a campanha de Pedro Taques ao Governo do Estado recebeu Caixa 2 e o então candidato sabia disso.

Além de Taques, o deputado estadual Guilherme Malouf (PSDB) e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) também foram citados no depoimento. Segundo o empresário, o esquema da Seduc servia para pagar dívidas de campanha de Leitão.  Guilherme Maluf teria recebido R$ 40 mil de Alan Malouf.

No dia 23 de outubro de 2017, Alan Malouf foi condenado a 11 anos de prisão e 40 dias de reclusão e 176 dias-multa. Em abril deste ano a defesa do empresário recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para que a "Operação Rêmora" fosse enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Outro lado

Em nota, o governador Pedro Taques negou "enfaticamente as afirmações levianas do investigado Alan Malouf". Segundo ele, todas as movimentações financeiras da campanha de 2014 foram registradas na prestação de contas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Taques diz que já prestou depoimento à PGR sobre o assunto e apontou equívocos nas falas de Malouf. Diz que não fez acordo com Silval.

Para o tucano, Malouf tem "o claro propósito de desviar o foco das acusações que pesam contra si" e disse que "constituiu advogados para atuar no processo judicial e garantir que a verdade prevaleça". O governador ainda afirma que rescindiu 14 dos contratos alvo da Operação Rêmora e impediu prejuízos aos cofres públicos. "Desta forma, do total de R$ 56 milhões em contratos, a Controladoria Geral do Estado apurou que o dano potencial esteja na ordem de R$ 370 mil, que será ressarcido no procedimento de responsabilização das empresas envolvidas."

Também em nota, Nilson Leitão afirma que ao longo de sua vida pública, nunca solicitou recursos ilícitos ou pediu para que alguém o fizesse em seu nome. "Não tenho nada a temer e estou sempre à disposição da Justiça, porque defendo que pessoas públicas têm a obrigação de dar explicações", afirmou.

Segundo ele, a acusação é requentada, vazia e mentirosa, baseada em 'disse-me-disse' de condenado a 11 anos de cadeia que tenta atingir sua candidatura para obter vantagem em acordos com a Justiça.  "Confio e espero também que, ao cabo disso tudo, sejam punidos exemplarmente aqueles que tentam me prejudicar e me envolver em ações criminosas mesmo sabendo que sou inocente", disse.
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